Incessante #13|Pós-Verdade: A Propaganda Nazista que ainda persiste
Análise sobre o cuidado que devemos ter sobre as informações que recebemos
Você confia nas informações que recebe? E se essas informações forem contra o que você acredita, mesmo sendo fatos, você as aceitaria? A verdade é que, hoje, muitas pessoas só aceitam informações que confirmam aquilo que já defendem. Esse fenômeno tem nome: pós-verdade.
A pós-verdade se refere a um cenário onde os fatos objetivos têm menos influência na opinião pública do que crenças pessoais ou emoções. Não importa se a informação é verdadeira ou não, o que realmente importa é como ela faz você se sentir.
Esse termo ganhou popularidade a partir de 2016, especialmente após o Brexit e a eleição de Donald Trump. No entanto, suas raízes já podem ser vistas na disseminação de “fake news”, teorias da conspiração e na distorção da realidade. Trump, por exemplo, ataca a mídia para minar a confiança do público em fontes externas, criando uma bolha informativa entre seus seguidores.
Hitler e Trump: Same energy
Trump, por exemplo, usou o termo “fake news” para desacreditar qualquer crítica vinda da imprensa. Sua estratégia era simples: atacar a mídia para que seus seguidores não confiassem em nenhuma outra fonte. Dessa forma, ele criou uma bolha informativa, onde só as narrativas que favoreciam sua campanha eram aceitas.
Essa tática, na verdade, não é novidade. Hitler, por meio de seu ministro de propaganda, Joseph Goebbels, também entendeu que apelar para as emoções e repetir mentiras continuamente criava uma nova “verdade” no imaginário popular. A frase “uma mentira repetida mil vezes se torna verdade” é o reflexo dessa manipulação.
Mas o que faz da pós-verdade algo tão perigoso?
Ela simplifica questões complexas. Trump, por exemplo, acusou os haitianos que vivem nos EUA de comerem cães e gatos. A intenção era clara: criar pânico e reforçar a ideia de que os imigrantes seriam responsáveis pela “destruição” da nação. No Brasil, a extrema-direita construiu o “fantasma do comunismo”, repetindo a narrativa de que o país está à beira de uma ditadura comunista, mesmo sem uma explicação clara do que isso significa.
Essa repetição constante de inimigos imaginários tem um objetivo: desviar o foco dos verdadeiros problemas e criar a necessidade de um “salvador” que protegerá a população dessas ameaças. Isso já aconteceu na Alemanha de Hitler, onde os judeus foram responsabilizados por todas as desgraças do país. O resultado? 6 milhões de mortos. Esse exemplo nos ensina a importância de desconfiar de discursos que demonizam o outro, que simplificam demais problemas complexos e que, acima de tudo, apelam para o medo.
Atualmente, a crise migratória global é um prato cheio para líderes autoritários, que, como Trump, culpam os imigrantes pelos problemas internos. Assim, o ciclo de medo e desinformação continua, alimentando divisões. Por isso, é mais importante do que nunca questionar: será que estamos aceitando as informações por serem verdadeiras ou simplesmente porque elas nos dão um quentinho no coração
Se você identificou esses discursos por aí, já deu um passo importante. A pergunta é: você está preparado para sair da bolha?
Também tem vídeo sobre esse assunto. Click AQUI
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